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Em banho café

29.Jan.20

Anos 90 | E o tamagotchi amarelo?

Marisa V. Figueiredo
Tenho uma dificuldade crescente em fazer contas de subtração a partir de 20. Más-línguas dirão que é por ser formada em Ciências Sociais. Mas a verdade é que esta limitação, digamos assim, apenas se verifica nas contas aos anos. Que é como quem diz: não consigo perceber como é que “há 10 anos” se refere a 2010 e não 2000. Ou até 1995. E como é que, tirando 10 a 2020, não estamos no final dos anos 90. A matemática parece simples, mas é uma ilusão na simplicidade. A (...)
22.Jan.20

Um dia as palavras morreram

Marisa V. Figueiredo
A boa filha à casa torna. Passou um ano, quatro meses e 18 dias desde que parei por estas andanças do Em Banho Café. Sem vergonha, porque os abrigos das letras servem para as ocasiões e não seguem as cadências do relógio, do calendário ou da agenda. O tempo passa e os abrigos das letras permanecem, à espera do convite informal: “olha, sei que não falávamos há uns tempos, queres ir tomar café?”. E lá aparecem, disponíveis e imutáveis, à espera de ouvir o que contam os (...)
04.Set.18

Não dá mais... não sou eu, és tu!

Marisa V. Figueiredo
  Foi um investimento de anos. Um compromisso sério, com votos renovados semana a semana. Pensei que era para a vida, confesso, mesmo sabendo que, do teu lado, um dia haveria um ponto final. Mas nada me preparou para o que aí vinha. Eu tentei, juro que tentei. Tentei aguentar os golpes, as frases sem sentido e os bocejos que, a pouco e pouco, tomaram de assalto o entusiasmo inicial. Tentei mesmo, querida série, mas não dá mais. O problema não sou eu, és tu.     Se gostam de (...)
31.Jul.17

Conta até 31. Vais mudar?

Marisa V. Figueiredo
Fecha os olhos e conta devagar. 1, 2, 3, 4, 5… 10… 20… 30… 31. A cada número, um ano de vida. Conta devagar e lembra-te de quem és, de onde vens. Pensa para onde queres ir.   2017, o ano em que, com 31 anos, resolvi mudar tudo. Mudei de casa – e saí finalmente da casa dos meus pais –, mudei de emprego e terminei um namoro de quase uma década. Tudo de seguida, em poucos meses. Um encadeamento pouco concertado, com guinadas dignas de um filme de ação de Hollywood e aqui (...)
17.Jul.17

3 preocupações de quem vive num rés-do-chão

Marisa V. Figueiredo
Eu, pessoa que viveu 29 anos num 7º andar, me confesso. Sou miúda senhora de grandes voos – gosto da vista do horizonte, de planos picados e de contemplar o mundo. Claro que, quando a roupa cai do estendal, a opção pelas alturas pode ser problemática, sobretudo quando são as cuecas vermelhas que ficam presas no estendal do vizinho de baixo de 80 anos. De resto, viver dezenas de metros acima do chão é uma maravilha.   Este ano, tudo mudou. Do 7º andar, passei para um (...)
11.Jul.17

Jornalista sem data de validade

Marisa V. Figueiredo
O melhor desta profissão são as pessoas. Dei por mim a repetir isto tantas vezes, de sorriso tonto – embevecido – no rosto, ao longo dos anos. Gosto de fazer perguntas. Mas, sobretudo, gosto das respostas, de ouvir cada palavra. E, naquele momento em que a confiança ultrapassa a barreira de defesa, gosto das frases francas e com cheiro a alma.   O melhor desta vida são as pessoas. É a isto que me agarro agora. Lembro-me da Dona Esmeralda, que me recebeu este fim-de-semana em (...)
28.Jun.17

Orphan Black: 9x9, oitenta e um. Sete clones e tu és um

Marisa V. Figueiredo
Café puxa café, claro. Com o café, vêm as noites longas. Com as noites longas, as séries. Às tantas, junta-se o sono ao cansaço e começa-se a ver a dobrar. A triplicar. A quadruplicar. Porém, esta alucinação coletiva tem nome: Tatiana Maslany. É ela que dá vida a todos os clones de Orphan Black. A série está agora na última season e todos os clones são poucos para matar as saudades pré-anunciadas.     Mas porque estou eu a escrever sobre Orphan Black? Talvez porque, (...)
05.Jun.17

Passei por um apocalipse IKEA e sobrevivi

Marisa V. Figueiredo
Tenho uma vaga ideia da inauguração do primeiro IKEA em Portugal. Uma promoção qualquer em que era preciso passar a noite na loja, em camas IKEA claro, para ganhar qualquer coisa. O ano era 2004 e o ridículo da coisa ainda está claramente presente nas minhas memórias. Foi preciso mais um par de anos até que eu pusesse os pés nessa loja – ainda com os meus pais, para comprar uma estante de DVDs. Um móvel ali, outro móvel acolá. Tudo coisas esporádicas, embebidas no espírito (...)
01.Jun.17

Obrigada pelos Creedence, pai

Marisa V. Figueiredo
Na minha inocência, achei que “Proud Mary” era propriedade indiscutível de Tina Turner. Perdoa-me que fui uma criança dos anos 80 e não dos anos 60 – e uma criança que nasce no meio de tanta permanente tem muita laca a contaminar-lhe o cérebro. Aprendi quem eram os Creedence Clearwater Revival graças a ti. E hoje, em vésperas da tua ida para o hospital, prescindo das palavras a que sempre recorro (eternas confidentes) e volto-me para a música. Vê lá se voltas depressa, (...)
29.Mai.17

Já é muito tarde para aprender a tocar piano?

Marisa V. Figueiredo
A resposta é directa e muito simples: não, nunca é demasiado tarde. Da minha parte, descobri o piano aos 24 anos – por estes dias, marca-se o 7º aniversário desde que comecei a ter aulas –, um pouco por acaso. Queria arranjar um hobbye aprender um instrumento musical foi uma das primeiras opções de que me lembrei. Entre o leque de instrumentos possíveis – do reco-reco à harpa –, nunca tive grandes dúvidas de que o eleito seria o piano. Em retrospectiva, no entanto, diria (...)